A lambança do cravo

Lambança, comi aquele cravo entorpecida diante de teu rosto,

Joguei fagulhas de ímpeto ao mel de minha ira!

Por que foste cruel dizendo tudo aquilo que me fora verdade e eu não acreditava ?

Sábio você que comiserava a brandura de meu coração arredio,

Uma pobre e vil mortal como eu te enoja !!

Quero sim comer o teu cravo dentre todas as flores que não comi.

Quero-te encher de lambança, de cuspe e de poeira crua.

Teu amor me enoja como ódio que floresce!

És fatídico e imoral a todos os costumes da moral.

Incrédulo, mau, promíscuo, detestável ser!

Continuo a querer comer teu cravo na lapela e encher-te de cuspes tal possessa raiva que clama e ama meu ódio desarvorado de minha alma insana !