Visita íntima

Encarcerada,me visto.

Despois da visita...

Horas confusas.

Penetrantes,momentos

Intrusos.

Me dispo,tão inteira...

Talvez,nunca mais.

Talvez,eu tome a pílula do dia

Seguinte,e aborte as minhas idéias

Idiotas,as minhas premissas.

O sol,que nasce quadrado...

Eu vejo,dançando em cada

Espaço,quadriculado,que se desenha

Aos poucos.

Loucos,poetas,seres e dizeres iguais.

Poetisas mentirosas.

Mulheres honestas,de guerra e de paz.

A cela,não me condena.

A mordaça,essa sim,me assusta.

Os meus joelhos,arrastam-se

Até a fresta da janela.

Preciso de um pouco de ar.

Incondicionado momento,só meu.

Arranco as algemas.

Minha alma,parece sair,sem que eu

Permita,não sou mais dona de mim.

Vou comer,o que me resta.

Ruminar,até o que não presta...

Virar lixo,não preciso engolir.

Vou parir,é melhor que abortar

Essas dores insuportáveis

De um filho sem pai.

Mãe,de todos...

Chegou a sua hora.

Vá...

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 04/07/2007
Código do texto: T551981
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