Pobre coitado
 
Eu me esforcei pra ter pena de mim
Ao contrário do que maldizem do ato
Ah, mas eu fiz muito esforço na concentração:
Coitado de mim, esse pré ancião...
 
Que não sustenta o físico, e as pernas então...
Quase esquálido, semi-inválido
Que vive antecipando o momento de quando
Esquecerá de tudo provando que ali então tinha razão
 
Coleciono estórias de decepção
Só não lhes tenho carinho por morar sozinho
Eu acumularia em estrados e fardos
As peças que eu mesmo já me tenho pregado
 
Esse estoque é pesado
Como se não bastasse enquanto me apeno
Arranjo mais veneno
Para que seja pleno o lamentar do estado
 
Mas apesar do esforço confesso o estorvo:
É que no momento, no limiar do evento...
De algum olhar piedoso e a opinião do povo
Não sigo meu exemplo: eu me sinto novo!
 
Ah, que culpa!