Ponto de Colisão

Ponto de Colisão

Estou morrendo no ventre da besta

Sinto meu corpo cair sem esperança

Guerras que permeiam a temperança

Sangue e lágrimas... Cena funesta

Ponto de fusão entre ruir e enlouquecer

Conformismo confundido como ataraxia

Luto ou devo sentar-me e fenecer?

Trilho meu caminho ou finjo paralisia?

Já sinto meus pés cansados de correr

Ou talvez meu corpo por incontáveis dores

Ponto de colisão... Desistir ou defender?

Submissão ou delatar meus perseguidores?

Meus olhos já não discernem a luz

A vasta obscuridade que toma o mundo

Demônio transvestido que aduz

As benesses de ter o espírito imundo

E assim, desperto em realidade (talvez)

Peregrino em terras desconhecidas e hostis

E o crime que carrego é minha lucidez

Num antro de omissos e servis

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 23/02/2016
Código do texto: T5552911
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