Ponto final?

E eu disse não

Mas sem pontuação

Esqueci-me da vida

Do ponto de interrogação

E tudo que era pergunta

Ficou perdida defunta

De tudo que eu já matei

E pari sem ter vontade

A dona da minha razão

E nasceu em liberdade

A minha indignação

E a vírgula me coça

Os dedos as reticências

São os meus segredos

Que eu verto sem direção

E mesmo que eu fique perdida

Dando voltas nessa vida

Não vou sem rumo não

É que os versos que eu faço

São salvadores da minha emoção

Que eu sinto no travesseiro

Na hora do banho

No chuveiro e já não entendo

De razão e a água morna descendo

Em meu corpo vai morrendo

Matando o grunhido da lua

E essa alma toda pura

Por mais despida tão nua

Vai pedindo perdão

E na hora no ponto final

Da vida sou visceral

Não engulo razão

E vou chupando os meus dedos

Pois sobrou dos meus segredos

Alguém que me disse:

-Não!

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 12/07/2007
Código do texto: T561640
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