SÌNCOPE

Entrou no bar

Bebeu copiosamente

Seus olhos de punhais

Cortavam o ambiente

Eram azuis e glaciais

Ambivalentes

Vários goles, sôfrego

Consumiu a aguardente

Rodopiou , desabou, de repente

Ninguém ligou

Disfarçavam, fingiam

Voltaram-se pra suas vidas indiferentes

Teria morrido ele de que?

Bebia por amor ou desamor evidente?

Arrastaram-no, jogaram em um camburão

Seu corpo morto, impotente

Dia seguinte uma linha de jornal

Noticiou que um desconhecido

Caíra em um bar da zona norte

Totalmente inconsciente

O nome não era conhecido

Fora enterrado sem ninguém

No cemitério da cidade

Como um indigente!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 30/07/2007
Reeditado em 14/02/2015
Código do texto: T585536
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