SÌNCOPE
Entrou no bar
Bebeu copiosamente
Seus olhos de punhais
Cortavam o ambiente
Eram azuis e glaciais
Ambivalentes
Vários goles, sôfrego
Consumiu a aguardente
Rodopiou , desabou, de repente
Ninguém ligou
Disfarçavam, fingiam
Voltaram-se pra suas vidas indiferentes
Teria morrido ele de que?
Bebia por amor ou desamor evidente?
Arrastaram-no, jogaram em um camburão
Seu corpo morto, impotente
Dia seguinte uma linha de jornal
Noticiou que um desconhecido
Caíra em um bar da zona norte
Totalmente inconsciente
O nome não era conhecido
Fora enterrado sem ninguém
No cemitério da cidade
Como um indigente!