Se puder querer...e não tenho, choro!

Isolda que me sofres em quanta dor trazida
emersa em feridas frias, amores densos
intensa que foi sua insanidade de tentar
as flôres que pisei, arte a dôr causada
dama de meu senzalar de moradia...

Cleonir, sincera, purgada no jardim ermo
solta como quiser, por teu mero deleite
carente esse olhar cinzento que importa
folgada em vestes surradas, o desamôr
sendo tua uma jornada temida ontem

Eneida, a aventura, a soma das diabruras
recolhida orfã como coração rancoroso
teu brincar entre as rosas com um sorrir
na fome de quem amou sem jantares
sendo teu o meu ser como brinquedo

Casta Lucia, de longo continente regido
navegara comigo os mares ataretados
o debruçar prolongado nas varandas
as tardes tristes, e lágrimas minhas
saudade abalada pelo exilar amargo

Irene, dos cabelos a buscares perdidos
a impávida maestrina da sua melodia
encantada na sonata desta minha vida
meigas concertinas ao meu encorajar
pelas notas garantidas sendo ouvidas

Selina a distante, dos ditames rigorosos
de caravanas numa busca a si mesma
deixa solitariazinha nesta hora lunar
a tão querida modesta planta morta
deste lugar ao deserto que me afronta

Marta senhora minha a lembrar doçura
cativando horizontes e cálidos prantos
onde eu vi a sombra de umas nuvens
aquecida no meu antro desesperador
perdida em ferimentos na tarde fria

Colombina, a disfarçada, és melindrosa
resignada recordação nas mordomias
memória reavivada desta paixão una
a caridosa motivadora de toda vida
de rosto honesto a sacrificar máscaras

Mãe, cansada, tua vida não será temor
o chorar cadente, nas horas friorentas
no lacrimejar pela solidão da sua filha
fria aurora que você esquenta distante
peço-te o perdão pela falta imerecida!



Neste fim eu chorei MUITO com a poesia...
(E não continuarei com olhos molhados...)
Por minha mãe que já se foi...
                
                
 
Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 14/07/2017
Código do texto: T6053914
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