Trovoada a uma da tarde
Tempo que incomoda, clima farsesco
e buriladas burlescas de um ar ser refil
o insalubre cortiço de eras requentadas
vivendo a enganar-se com operações
um coração enlutado envolto em metal
marcial cortejo de sonhos insólitos
O matar o que questiona catacumbas!
Um corpo imune a demandas de dôres
prazer dum sobe-desce de emoções
valei-me que digam tantos anjos...
se dirá que vítimas sem corpo adoecem
e o refluir do esfomear das rezas
se dirão espantar viver como resposta...
Este canto qual doutrina cortesias!
E um tempo calejado em que vão descrê
que as horas escamoteiem só mentiras
nas lágrimas descontroladas dos amores
vertigem antiga de perigar desilusões
convertidos tantos minutos descarados
a pertencer ao castigo maus rancores
Estando primavera ser a metálica flôr!