VORAZES

Nós degradamos, geramos nós e a si mesmos. Nascidos de ódio, de um amor mais idolatria, de um repulso adorado.

É como se te visse, mas os olhos fingissem a falta de si. Tentar levar palavras, mas insultos fluírem no caminho da voz. A atração da alma e a repulsa dos membros, a louca vontade de te ver sangrar.

Eu sigo as ordens, e desejo á décima apreciar a dor aniquilar, e sonho conter a tristeza pelo sofrer alheio.

Insensatez unânime, magnífica paisagem de trevas. Saudades das faces destorcidas, das contorções pela praga bem rogada. De tanta facilidade falar-lhe mal, colocar num pedestal e a mínima brisa dependurar-te, finalizando com afago tua jugular insípida.

Eternamente querer mais, e viver neste ciclo de jura e quebra, do implorar pelo sim e não querer. Um abraço, o dobro de apedrejamento. Te machucar só pra ouvir gritar meu nome, te deixar na escuridão só pra dar valor á minha luz.

Não saber explicar tal sentido e sentir. Ser normal de tão diferente. envenenar os lábios pra te fazer morrer... E viver nesta questão de ser brutal a tua mínima cintilância, e chorar por não te ver.

Douglas Tedesco
Enviado por Douglas Tedesco em 14/08/2007
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