Orca

Vou te esperar

Não tem mais nada pra olhar

Arrancaram-me até a vista

A de perto e a de longe

Sem possibilidade de uso de prótese

Vou te esperar

De olhar manso

A língua pra fora

O coração quase rebentando

Emitindo grunhidos em ultrassom

Feito uma baleia assassina

Presa num banco de areia

O olhar manso

A respiração ofegante

O coração a rebentar

Luiz Eduardo Ferreira
Enviado por Luiz Eduardo Ferreira em 27/07/2017
Código do texto: T6066755
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