FIM DE CULTO

Um vinho tomado nas sombras

entre morcegos,corvos e corujas

num chão enlameado e fedorento

com os cacos da garrafa anterior

Talvez espere uma fiel sair da igreja

para ser minha vadia esta noite

ela pensará ser uma provação

e talvez reze baixinho

enquanto eu a xingo aos berros

beijando-a com minha barba espinhenta

e meu bafo de vinho quente

Quero-na nua sem crucifixo sem biblía

deixar mordidas e arranhôes em sua pele

e quem sabe,uma criança em seu ventre

Pois eu não a mataria

ela tem que viver para contar

que nasceu de novo aquela noite

naquele pesadelo em que o homem

provavelmente possuido por Satanás

manchou o puro corpo

e a pura alma daquela jovem

que não mereçia tamanho sofrimento.

pedro carmo
Enviado por pedro carmo em 18/10/2005
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