doze por oito

roi minhas unhas até sangrar

para parar de furar meus olhos

Deus nos põe no corredor da morte

mas não diz qual é a data da nossa execução

uma piscina de cacos de espelho

afogo-me até o pescoço

os abutres querem comer minha cabeça

roer a carne em meu crânio

entre meus delírios das nuvens

baratas e sêmem no chão do banheiro

pintei meu cabelo com sangue

e a lágrima brilha

bem na ponta da minha barbicha

fui no carnaval

com uma máscara de carne viva.

pedro carmo
Enviado por pedro carmo em 18/10/2005
Código do texto: T60772