doze por oito
roi minhas unhas até sangrar
para parar de furar meus olhos
Deus nos põe no corredor da morte
mas não diz qual é a data da nossa execução
uma piscina de cacos de espelho
afogo-me até o pescoço
os abutres querem comer minha cabeça
roer a carne em meu crânio
entre meus delírios das nuvens
baratas e sêmem no chão do banheiro
pintei meu cabelo com sangue
e a lágrima brilha
bem na ponta da minha barbicha
fui no carnaval
com uma máscara de carne viva.