Delírios utópicos

Deixo a matéria morrer na nudez

A geada nos olhos

A carne esquecida

A expressão frenética correndo em rumo a libertação

Meu sangue corre

Meu corpo não.

Tropeço na real

O ideal não convém

A sombra quer além

Dos fatos consumados.

Venho esquecer no leito

O câncer do corpo

Distante da matéria sólida

A loucura alimenta delírios.

Os vermes insistem em devorar

Não irei apodrecer

Eu me escondo na sombra

Eu sou a sombra!

Não me de a cura

Me de solidão

Não me de certezas

Me de liberdade.

As formigas comem o pouco que resta

Do corpo que deixei

Utopia utopia utopia

Há mistério mais enlouquecedor?

Rafaela Romero
Enviado por Rafaela Romero em 18/10/2017
Reeditado em 18/10/2017
Código do texto: T6146522
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