Palavras" Altas"
Mastigo a poesia
Engulo com farinha,
Lambendo os dedos
E os versos "secos"
Que eu faço.
Tomo um gole na taça
Que me atormenta a existência.
Resisto,desisto e me embriago.
Bebo até cair...
E as frases tortas vão saindo
Cambaleando,feito palavras ao vento.
Eu as deito em minha cama,
Mas o meu leito não suporta
O hálito da suposta sobriedade.
Viro o rosto,viro a página,
Mas penosamente as palavras
Pulam,feito pulgas...
O meu corpo finge não notar
Mas a coceira invade a alma.
Arranho sem piedade essa
Torta sobriedade,e deixo sangrar,
Até que morra.
Até que mates,
Essa vontade de gritar.