Tortura
TORTURA
Vento mórbido que minha janela adentra
Em sinistra noite vejo-me tão só
Quero loucamente gritar
Romper o sufocante silêncio
Espantar velhos fantasmas
Profundas chagas cicatrizar
Voltar a sorrir
Viver...
Passam as horas em ácidos segundos
Madrugada em negras asas
Decisões insanas a tomar
Teias estendidas por negras viúvas
Veneno mortal que o futuro aborta
Sangra a alma atormentada
Ensandecida...
Murmúrios na escuridão
Paredes em fogo
Cama em fios de navalha
Paralisia que assusta
Amedronta...
A raiar volta o dia
Mais uma vencida batalha
O sol no horizonte desponta
O céu azul lindo continua
Nos amores meus sobrevivo
Resisto...
Até quando?
Não sei...
Tortura!