Existindo

São mais que vibrações,

Simplesmente mais que sensações.

Algo extraordinário acontece

Quando ligo o som,

Passando pro papel

Algo que uns chamam de dom.

No meu interior faço contradição,

Comprovando que é tudo por ambição,

Estaria eu levando - me

À minha própria perdição?

Só consigo usufruir

De uma coisa bela,

Aos poucos deixou minha mente lenta,

Consciência tão densa.

Agora para e pensa...

Estou de outono em outono,

Com medos destruindo meus sonhos,

Com demônios tirando meu sono!

Não pude perceber

Que me tornei tudo

O que jurei jamais ser.

Olhando no espelho, me vejo à desaparecer.

Eu me consumi,

Eu mesmo me destruí.

Sem qualquer chance de reparo,

Meu coração se resume à retalhos,

Com um soco,

Pressão subindo e eu não aguentando meu estouro.

Ninguém imagina o tamanho do sufoco,

Sobreviver à um doente...

Que vive em minha mente!

Eu fui meu cordeiro,

Fui meu salvador,

Causei dano

A meus próprios planos.

Causei destruição

Onde eu via esperança e salvação.

Fui meu júri;

Meu réu,

Meu anjo e meu demônio

Queimando igual papel!

Uma mão me puxa,

Enquanto outra me derruba,

E por mais que tente levantar, sempre machuca.

E por meu próprio ser,

Eu amo sentir essa dor!

Gabriel Atalla
Enviado por Gabriel Atalla em 02/04/2018
Código do texto: T6297947
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