CARINHOS NO CADÁVER

Meu poema é apreçe de um ateu

é o tiro da criança no irmão

é o grito

da noiva estuprada na frente do noivo

a caminho da lua de mel

São tantas coisas

porém nenhuma que valha a pena

É o beijo

com sabor de lágrima

a punhalada do melhor amigo

Invejo quem não escreve

quem peca fora do pensamento

sou um invejoso nato

Viciado em escrever

Meu poema é o desespero

do fantasma cego e pálido

que ronda o coração dos suicidas.

pedro carmo
Enviado por pedro carmo em 25/10/2005
Código do texto: T63459