CARINHOS NO CADÁVER
Meu poema é apreçe de um ateu
é o tiro da criança no irmão
é o grito
da noiva estuprada na frente do noivo
a caminho da lua de mel
São tantas coisas
porém nenhuma que valha a pena
É o beijo
com sabor de lágrima
a punhalada do melhor amigo
Invejo quem não escreve
quem peca fora do pensamento
sou um invejoso nato
Viciado em escrever
Meu poema é o desespero
do fantasma cego e pálido
que ronda o coração dos suicidas.