Furor
Cortei-me os pulsos
Na ânsia de viver.
Sufoquei-me a garganta
No desespero de falar.
Arranquei-me as orelhas
Na fúria de ouvir.
Ceguei-me os olhos
Por não poder enxergar.
Ora vida, o que esperas de mim?
Se me aleijei as pernas e já não posso andar.
Estou numa trilha sem saber se há fim.
Diga-me a verdade, pois já não posso falar.
Cuspa-me sinceridade, pois te direi sim.
Só me resta saber o que me há por aguardar!