Fantasmas

Só quero me calar, respeitem o meu silêncio.

Vou falar, quando eu querer falar.

Deixem-me no meu mundo, que eu criei pra mim.

Prefiro o isolamento, ao murmurinho,

De uma cidade em violência.

Já me violaram sem revelarem a verdade,

Do que é ser vivente, num mundo infame;

De falsidade e hipocrisia!

Não vou falar, quero simplesmente calar.

Por que o mundo me dá enjôo, e

Se eu vomitar, vou te ferir mais que a mim mesma.

Deixem-me aqui, no meu mundo particular e restrito.

Não tentem me desvendar, pois sou o enigma de mim mesma!

Não quero tua piedade, muito menos tua bondade.

Quero a ilusão de uma vida contida no meu ser.

Ser que vive apenas por viver,

Espectadora do mundo em conspiração.

Minha forma de proteger-me de tuas investidas,

Interesseiras, do teu egoísmo centrado em ti mesmo.

Não me ame, mas também não me odeie.

Sou apenas uma menina travessa que não pode correr;

Pois teu abraço seria pra mim a morte,

E eu não quero morrer, apenas quero fugir!

Fica quieto no teu canto, que eu quero é ficar sozinha!

Eu só quero Paz!