Asas de um sorriso
Passa o tempo do relógio
E o ponteiro ao mesmo lugar retorna
Ao presente momento dado
Uma dádiva se torna
Gira e gira marcando o quanto
a consciência me cobra
Sintonizando energias
Para criação de uma obra
Se cobra em demasia
Ainda que não sabendo
A cobra, a maçã, e o tempo
Cada um tem seu veneno
Um sorriso discreto nos lábios
De longe, num curto momento
E o mais sútil aroma
Que chega através do vento
Se asas lhe foram dadas
Para que possa voar
Um dia serão orgulho
Quando ao ninho retornar
E o mesmo velho ponteiro
Do relógio mostrará
Que o tempo também voa
A quem não lhe aproveitar
O Passado já é eterno
Não há outra alternativa
O Presente é uma linguagem
Quase incompreensiva
O Futuro é o que nasce
De uma atitude decisiva
Retorno ao mesmo sorriso
Que tanto tempo me cativa