Jardim de Flores Mortas
No jardim escuro e sujo uma luz veio a brilhar
Para seu brilho e energia uma semente brotar
Mas que jardim é esse onde nada mais veio a vingar?
No jardim das flores mortas primavera não haverá.
Mas o constante brilho, que insistentemente o mundo busca
torna essa luz forte e acesa como uma vela que ofusca
E atrai olhares do escuro e frio submundo trágico
Encanta os bons e maus como a ilusão de um mágico.
Olhos que espreitam do escuro, Cobiça no olhar do impuro
Vem das sombras disfarçado, Se aproxima pulando o muro
Um Fauno toca o jardim em cascos pisando ao centro
Apodrecendo onde pisa trazendo a maldade por dentro.
O que buscai em meu Jardim? Será amaldiçoado!
Se aproximando e tocando flores, quais nem mesmo têm regado
Encontrará a prisão eterna de um caixão acorrentado
E esquecido por muito tempo no fundo do mar gelado
Nem o espinho de outra flor, nem as tempestades do verão
Nada a impedirá de brotar e florescer em meio ao chão
O vento frio do inverno, vem pelo vale da sombra
Destruindo tudo em volta como o efeito de uma bomba
Um mal espreita de fora e ronda por perto à noite
Acorrentado no caixão ele a vê com um sorriso doce
No Jardim de flores mortas o Fauno, um casco e um coice
Em seu cavalo alguém chegava, era a morte com sua foice.