Poema – Liber LXV

Poema – Liber LXV

Arrastem-me para as suas catedrais

matem-me com pauladas

em meu crânio

Sufraguem as suas dores

nestes olhos tristes

Para que as suas vidas

ganhem algum sentido;

- Ainda não compreenderam

para que serves o mundo?

- Continuam dobrando

os seus joelhos sujos?

- Matando uns aos outros

por ideologias que os cegam!?

Reúnam-se em coletivos!

marchem em direção aos seus lideres

e matem-nos com brutal violência

Arrastem seus corpos podres

pelas ruas esbanjando orgulho

Depois enforquem-se

em seus banheiros escuros

pois a culpa irá consumi-los

- Escravos! Escravos!

servos de um deus invisível

- O Dinheiro que possuis em teus bolsos

é capaz de salvar a vida daqueles que

morreram por falta de amor?

- Não escutam os gritos

de fome daqueles que moram nas ruas?

- Não sentem que os teus filhos

clamam pelo suicídio

todas as manhãs antes de dar bom dia?

O caos reina sobre a terra

nas mãos de homens tão cruéis

que fariam dos deuses

meras fantasias capciosas

Pintem suas bandeiras

com o sangue negro de Cristo

Reúnam-se com vingança em seus olhos

e matem todos aqueles

que se intitulam os donos do mundo

Oh sim!

eu também sinto

a solidão me atormentar

A timidez me escravizar

como uma criança órfã

que nunca conseguiu sorrir

Não suporto um segundo

neste planeta sem me imaginar enforcado

em meu próprio quarto

Com um carta em meus pés

que diz com letras escritas em sangue

- Mataram-me com seu mundo maldito!

agora amaldiçoo a todos vocês

como Lúcifer fez com aqueles

que o abandonaram na escuridão;

E não!

não chamem estes versos de Niilismo

tampouco confundam estes gritos de horror

com meras ideologias humanas

Eu fiz um pacto com o Diabo

e em seus olhos tristes

assisti a humanidade queimar

clamando por misericórdia

Sem perceber que a ajuda que

eles tanto clamavam aos céus

estava na revolta contida em seus corações

Não há significados nas estrelas

ou salvação vindo de algum lugar;

Se eu me enforca-se agora

mataria as minhas dores

Mas viver todos os dias

me permite mata-las

com meus próprios punhos!

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 29/04/2019
Código do texto: T6634761
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