Desespero

Caminho pelas ruas desta cidade.

Noite escura,

Vento forte,

Nuvens carregadas,

Estrelas sem brilho,

Lua adormecida,

Prenuncio de tempestade!!!

O cão ruiva para o nada.

Que canto moribundo !

Meus passos trêmulos,

Não de medo,

Me guiam para a morte,

Triste sorte que sorriu para mim.

Tanta espera,

Tanto tempo perdido,

Já estou enlouquecido.

As flores do campo

Não exalaram o perfume da madrugada,

Os frutos não brotaram nesta noite.

Não há pássaros no céu,

Não há céu,

Cada ser buscou seu abrigo,

Seu ninho, seu aconchego.

Me fazem companhia

Apenas os anjos da perdição,

Os embriagados pela paixão,

Loucura de homens tolos.

Os demônios tentam devorar-me,

E me seguem

Como o leão atrás de sua presa.

Estou preso a consciência

De que tudo acontece

Porque tem um propósito!

Qual o propósito da dor ?

Puro comodismo.

Maneira fácil de aceitar o destino...

Certo futuro

De quem não tem mais sonhos

E viver já é um pesadelo!

As pedras me cortam os pés

E andar já é um penar,

Mas ficar inerte

A esperar a morte chegar,

É ouvir os lamentos dos santos ,

É criar monstros na imaginação,

Fértil poder de destruir

O que é possível acreditar.

É mais que pagar pelos pecados

Fatos que não desejei,

Crimes que não cometi,

E errar foi ter nascido

Para lutar essa batalha sem glória

Sem razão de ser,

A qual todos chamam de Vida!!!!

Não quero mais viver !!!!

Willian Figueiredo
Enviado por Willian Figueiredo em 25/09/2007
Reeditado em 03/02/2008
Código do texto: T668311
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.