DOIS SERES ESTRANHOS E UMA JOVEM

Na avenida escura

Uma jovem seguia só.

Olhando ao seu redor,

Viu, voando e cuspindo fogo,

Um homem com boca de lobo

E corpo de labrador.

Não soube o que fazer:

Fugir, gritar, lutar.

Ele viera o seu corpo assar.

As garras de suas mãos,

Afiadas e pontiagudas,

Queimavam feito brasas de carvão.

De repente, num relance,

Outro estranho ser aparece

E o seu pavor mais aquece!

Um embate! Que surpresa!

O estranho feito de gelo

Esfria as garras quentes das labaredas.

Que felicidade! Que alegria!

Acabou-se a confusão

Com a jovem ainda no chão.

E aquele ser todo gelado,

Tendo ficado enamorado,

Derreteu e desceu pelo ralo.

Que lugar mal-assombrado!

Nara Minervino
Enviado por Nara Minervino em 04/10/2019
Reeditado em 19/12/2019
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