SATORI - Leonardo Daniel
Acontece a toda hora
Acontece a qualquer um
Desde que se façam
Os desígnios de Chogun
Um mundo que se vai
A experiência vem também
Não sabemos o nome do pai
Não sabemos o nome de ninguém
Elas descem do infinito
Tocam o horizonte
Depois sopram o hino
E vêm pousar na fronte
Avançam a linha imutável
Quando o Sol está poente
Adentram no inevitável
Calabouço do doente
E fazem guerra
E fazem paz
Fazem a guerra da paz
Destroem o calabouço
Libertam a fala do moço
Que alimentava a fantasia
De lutar com anestesia
Lutam contra a dor
Lutam com clamor
E proclamam independência
E a cura da doença
E fazem suas jornadas
E guardam suas espadas
E admiram a sinestesia no olhar do que focou
Hoje o mar não tá pra peixe
Hoje a maré não leva a gente
Então ele abandona a jangada
E nada...