A voz dos sonhos

Grave a voz que me chama de noite...

Voz, essa que me acorda e desperta de qualquer sono profundo.

Oceano eterno que eu possa estar, venho ao de cima, como uma fuga de ar, um desespero que me afoga a alma. Desperta-me!

De tal forma intensa e pura que me corrói e seduz por dentro e por fora.

Grave a voz que me persegue...

Pelos sonhos e pesadelos,

Pela luz e escuridão

Nas entranhas da saudade

Pela saudade que me preenche

E o som nocturno das aves.

Grave a voz que me enrola a língua e não me deixa falar,

Me cobre os olhos e não me deixa ver

Me aperta os pulsos e não me deixa mover.

Sonho que me acorda dentro dele, mas não me deixa sair.

Me deixa e obriga ali permanecer sem fuga, sem movimentos.

Mas acordo

Subo das profundezas do oceano até cá em cima,

A terra aspirando o ar preciso para viver, mas o sonho não termina...

Fico ali, em cima com a alma a boiar, e não vejo absolutamente nada!

Apenas oiço a tua voz.

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 11/11/2005
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