CISMAS GIGANTES.

Madrugadas sombrias de espanto...

É o vento, lá fora, fazendo medo

No vibrar dos fios uivantes...

Pelas frestas das portas e das janelas

Vejo as unhas dos monstros

Retorcidas e cravejadas de arrepios.

Um frio intenso sobe pela espinha.

Quando será o tempo do manhã?

Ainda haverá dia que clareie?

Um lume discreto atravessa a vidraça,

Mas parece olhos famintos à espreita.

Ouvi dizer que, mesmo se amanhecer,

Ainda haverá monstros invisíveis que sugam vidas,

Que sufocam as entranhas de cólicas,

Que apagam os olhos molhados e sem fé.

Os uivos da noite serão comédias

Diante dos horrores em sol a pique...

Dizem que os mascarados invadiram a terra

E os ladrões saqueiam de caras limpas;

Se algum dia ainda amanhecer, por favor,

Não me acordem, confiram direito;

Dizem que é ali que começa o perigo.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 04/09/2020
Reeditado em 04/09/2020
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