INSTÂNCIAS DA ALMA
Procuro respostas
Para o que não quer calar em mim,
Para as dúvidas que me atormentam,
Para as emoções que me dominam.
Quero ouvir o que não é possível,
Saber do que não é verdade.
Quero respostas para deleitar-me
Na insensatez de um sonho.
Procuro em ti o impossível,
Quiçá as derrotas de incertezas tantas,
Ou vitórias de certezas brandas.
Venço-me neste eterno conflito
Como a guiar-me o mundo
Num grande abismo
Que me leva à escuridão,
Onde eu me calo num grito,
Pois que nada faz sentido
Na minha vã existência.
Ficam-me as perguntas sem respostas,
Ultrajando meu coração
Como se fossem drogas
E me tirassem a razão.
Vago sem destino,
Minha alma quer o silêncio,
Mas meu coração interroga e aguarda aflito
Por respostas que não chegam,
Por palavras que se desencontram,
Por sonhos que se desmoronam,
Por um amor que não existe,
Pois nada em mim parece ser real.
Vejo em mim uma luz que se apaga,
Sinto em mim a fúria do nada
A devorar-me a consciência
Da completa inconsciência,
Já fora estou da minha razão.
Loucura minha talvez,
Que sem perceber me falece a alma
E impede-me o pranto, fecha-me os olhos,
Abandona-me o sorriso
E simplesmente me deixa partir,
Como se eu nada fosse,
E nunca houvera existido.
Loucura minha, com certeza,
Pois nada disso faz sentido,
E de tudo ficam as dúvidas
E nada mais me é permitido.
By Denise Nogueira, em 23/10/2007