Poema – Paixões & Paranoia

Poema – Paixões & Paranoia

Já faziam horas que eu estava ali

Caminhando em uma estrada vazia

A chuva cobrindo o meu rosto

Naquele momento de solidão e embriaguez

Acreditei ter sido o único homem a amar com um coração partido

Existem dias dos quais eu gostaria de esquecer o meu próprio nome

Não gostaria de morrer de causas naturais

Ou de me enforcar nas labaredas da minha própria solidão

E sim de desaparecer-se por completo

para que nenhum homem ou mulher

saiba que um dia pisei neste planeta

Fazendo assim com que todos que um dia eu amei

Possam viver felizes

sem os martírios desta alma imunda

Espero algum dia

Antes de partir deste teatro de putas e suicidas

Poder amar sem que os Deuses me impeçam de sorrir

Sem que a solidão

Me expulse dos seus refúgios frios

Quero inventar uma nova forma de amar

Quero amar mais do que nenhum Poeta jamais amou

Quero dormir sem o medo de vê-la partir

(...)

Sou um homem sem virtudes

Paixões ou pretensões Divinas

Vivi uma vida de mentiras

Fui Deus por um único dia

E o Diabo por uma vida inteira

Naquela estrada sozinho

Enquanto a chuva zombava das minhas dores

Jurei que nunca mais voltaria para casa

Que queimaria todas as minhas Poesias

Partiria sem rumo, sem ao menos deixar um único Adeus

Diria aos loucos que havia me suicidado

E ao meu amor, que não a amava mais (...)

Viveria uma vida sem nome e sem endereço

E todas as vezes que citassem as minhas Poesias

Fingiria que nunca as escrevi

Estou cansado desta vida

Tornei-me escravo das minhas paranoias

Passo dias chorando por lamentações

Que eu nunca vivi

E se as tivesse vivido

Me enforcaria no primeiro segundo!

Sou um homem doente

E a minha maldição é viver

Se existissem Deuses ou Diabos

Entregaria a eles tudo que vivi

Em troca de uma vida de escravidão

Trancado em uma ala psiquiátrica

Com camisas de força

E uma parede branca manchada com o meu próprio vômito

Lá eu seria Deus

Entre loucos e suicidas

Cantaríamos as mais belas canções!

Oh criaturas errantes do inferno

Levem-me! Levem-me!

Para onde os sátiros cantam

E os suicidas deitam-se para dormir

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 08/10/2020
Código do texto: T7083019
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