Transe

Tô nem aí pra tua falta de cultura.

Tenho mais é que cuidar da minha.

Minha falta, me sinto assim mal.

Adoraria bolar um carnaval.

Por sinal, adoraria dominar as fantasias.

Diria, até que não é assim tão difícil.

Meus comícios, só dependem de eu ler.

Não ser o que pretendo ser

É inútil. Continua não sendo.

E, lendo, é preciso apreender.

Um quê de malícia, de decência

e humildade é coerência.

Até a amizade agradece.

Se desse, eu citaria Homero.

Eu quero e venero.

Era pra estar aqui.

E, no pingo que ponho no i,

Falta a essência,

Que a aparência oculta.

Oh, culta cultura,

Atura me conhecer?

Morrer não me convém.

Nem viver morrendo.

Ou morrer vivendo.

Estou vendo que não vejo.

Não sonejo, que me falta a coragem.

Pelo menos, minha montagem

neologiza.

Acho isso uma beleza.

Quero ir pra Veneza

(com a Adalgisa)

(é mentirinha. Quero não).

Tudo em nome da rima.

E que seja a minha sina,

Como disse uma menina,

Estar aberto à expansão.