Luto

O luto luta contra

O acontecimento.

Lupa que registra

Apenas um foco

No desespero

Do olhar vidrado.

As páginas

Passam em branco

No livro da morte.

O registro

É a memória

Que se faz

Cárcere.

Balbuciando

Recordações

Defasadas.

Ausência presente

Que se comada

De forma

Incômoda.

Na cabeceira

A cabeça pende

Ao contemplar

O abismo que

O chão reflete.

Duro solo

Que marmoriza

O sentir.

Quase é o

Apego

Daquela

Sobra residual.

Vagando por

Dias iguais,

Com tempo

Eterno.

Mas a eternidade

Só dura uma vida.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 20/01/2021
Código do texto: T7164102
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