APRISIONADO AQUI

Preso nesta sala de loucos

Faço da minha rotina sádica

Uma visita a um lar de estranhos

Todos, figuras eloqüentes

Se tens algo para falar

Que seja interessante!

Para ouvir loucuras crônicas

Basta eu estar consciente

É este som que me atordoa

E quando acordo pra viver

Sou impedido por estas bestas

Esses seres que vivem a vida à toa

Deprimente isto é, só sinto desprezo

É como uma prisão em meio-período

E só de pensar nas paredes escritas

Palavras que são comuns, me desespero

Se me faço amargo, sou apático

Se me distraio com o som dos pássaros

Sou só mais um alienado, comum

E se desprezo o comum, sou deixado de lado

Não sei quando a superficialidade

Se tornou de gosto comum

Não sei quando parecer alguém

Deixou de ser desprezível pra ser virtude

No bom-dia cínico, um sorriso sádico

Se fôssemos mais nazistas

Certamente isso seria vetado

Mas enquanto formos santos, tudo será qualidade

A ignorância e desinteresse

Me remoem o estômago

E minha vontade é de regurgitar

Mas soltar palavras em forma de grito

Um grito talvez de liberdade

Se alguém acha que precisa ser libertado

Pois quando olho a mim mesmo

Não vejo ninguém ao meu lado

A solução,

"Mate agora ou cale-se para sempre"

Um pouco exagerado, sim

Mas o silêncio que ecoa

Logo após a execução

Agora compensa tanto tempo de indiferença

A indiferença que sofrem os diferentes.

Ricardo R
Enviado por Ricardo R em 31/10/2007
Reeditado em 31/10/2007
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