APRISIONADO AQUI
Preso nesta sala de loucos
Faço da minha rotina sádica
Uma visita a um lar de estranhos
Todos, figuras eloqüentes
Se tens algo para falar
Que seja interessante!
Para ouvir loucuras crônicas
Basta eu estar consciente
É este som que me atordoa
E quando acordo pra viver
Sou impedido por estas bestas
Esses seres que vivem a vida à toa
Deprimente isto é, só sinto desprezo
É como uma prisão em meio-período
E só de pensar nas paredes escritas
Palavras que são comuns, me desespero
Se me faço amargo, sou apático
Se me distraio com o som dos pássaros
Sou só mais um alienado, comum
E se desprezo o comum, sou deixado de lado
Não sei quando a superficialidade
Se tornou de gosto comum
Não sei quando parecer alguém
Deixou de ser desprezível pra ser virtude
No bom-dia cínico, um sorriso sádico
Se fôssemos mais nazistas
Certamente isso seria vetado
Mas enquanto formos santos, tudo será qualidade
A ignorância e desinteresse
Me remoem o estômago
E minha vontade é de regurgitar
Mas soltar palavras em forma de grito
Um grito talvez de liberdade
Se alguém acha que precisa ser libertado
Pois quando olho a mim mesmo
Não vejo ninguém ao meu lado
A solução,
"Mate agora ou cale-se para sempre"
Um pouco exagerado, sim
Mas o silêncio que ecoa
Logo após a execução
Agora compensa tanto tempo de indiferença
A indiferença que sofrem os diferentes.