Enforcado

Pende pendurado,

Balançando os

Pés de cadáver.

Feito um

Pêndulo do

Tempo que se

Acabou.

A forca enforca

Com a força de

Fora que foca

Na pressão

Cervical.

Estes olhos

Refletem a

Escuridão do

Sem vida.

Corvos servem-se

De uma pequena porção

Do tórax,

Deixando o banquete

Para os abutres

Planando em ritual

Circular de adoração

À morte.

Antes dos vermes,

As vestes rotas servem

De pasto às traças.

Da árvore viva

O galho faz brotar

Um fruto indesejado,

Com aroma

Putrefato e

Contaminação

Anunciada.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 02/03/2021
Código do texto: T7196676
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.