DENTRO DO FURAÇÃO

Bomba nuclear
Sujeira no ar
Máscaras para respirar
Coragem para continuar a andar
Seguindo o movimento
Para onde empurra vento
Ondas no mar a nos levar.

Mudança nos costumes
Tempo chega e se mostra sem lume
Que me dirão as vozes do passado
Se não se calar ao meu lado
Num pressuposto silêncio que é grito
Cala-se por não fazer mais sentido.

Voar
Nadar
Que me faz seguir andar?
Dentro do tempo que não se encontra tempo
Para o simples
Amar.

Parar quando caminha
Caminhar quando se para
Complexo paradoxo se instala
Quando se vê aos olhos fechados
E se sega ao olhar apavorado
Que mais distante fica
Quando se aproxima
Dum algo que nunca se aplica.

Então nas linhas
Andando na linha
Que se alinha
Ao que definha
No que aproxima
Do fim da linha.

Nas sombras que queimam
Num sol que esfria
No olhar da trilha que decide
Quem segue ou fica
No muro que se pinta.