A chuva é poesia.

Talvez fosse cruel

a chuva molhou

o meu atual

caderno de poesias

o de número 45.

Quase chorei

a culpa foi minha

porque esqueci

esse baú de tesouro

no tempo sem teto.

Devido a intensidade

das águas divina

as folhas encharcadas

colaram umas nas outras

e algumas palavras transcenderam.

Tudo era inédito

a minha cabeça

estava fresquinha

parecia flores desabrochando

ainda com um leve perfume.

Consegui imaginar

da primeira a última página

por onde ainda li,

a sua poesia não morrerá

afogada na água.

Condor Azul.