DELÍRIO ERÓTICO

Diga pra mim

O que digo pra ti

Aqui neste vácuo

Onde se invalida o sentimento

Sem retorno

Jaz no anonimato

Não me importa que mintas

Ainda prefiro o engano

Do que o surto do relento

Transgredindo meu lamento

Sangra tuas veias

Admita que enlouquecestes

Por amor a mim

Ainda que não espirre sangue

Outro engano, eu agüento

Mas não me deixe

Imaginando o seu cabelo

O seu beijo, a sua boca

O seu plexo e amplexo

O seu pênis

No meu sexo infértil e estéril

Mas atuante e esperante

Inventando palavras

Para colocar no Aurélio

Tudo vale

Quando se dorme no chão

Que se chama cama

Estou demente

Não lamente

Invente e tente

Mente novamente

Engane a gana

De fazer-me sacana

Enquanto debato-me

Comendo na mesa

Que mais quer que eu fale?

Invade minha propriedade

Roube minha estrela

Aproprie-se do meu dólar

Usurpe meu Euro

Faça o que quiser

Eu te amparo

Só não diga

Que não consegue

Dividir a pasta de dente

Com a louca da cama

E a mosca da sopa

Reserve teu prato

E eu faço um trato

Com os insetos

Eles não voarão em tua comida

Mas a minha comida

Devorará a tua vergonha

E engolirá a tua barganha

Rose de Castro

A ‘POETA’

Rose de Castro
Enviado por Rose de Castro em 06/11/2007
Reeditado em 06/11/2007
Código do texto: T725063