Teimosia de um casal briguento

Deu, já deu.

Acabou. Ponto final

Já era!

Ao redor da mesa a toalha jogada de qualquer jeito,

Manchada de azul e branco.

Vai, adeus,

Intolerável

A convivência de almas tão negras.

"Ó Deus dai um fim neste outro!"

-"Como se os loucos pudessem amar!"

Campo minado,

Um matagal, previsível de acabar

Qualquer rumor, o menor sinal da bênção de Deus

À tal relação estabelecida

Assim, às pressas.

Corre, chama o Samu,

Chama o bombeiro

A coisa tá séria ,

Bem velha é dor.

Raiva acumulada,

Agora o estopim chegou.

Ah, não, não espero que vá acabar!

Sempre o perdão ou a ilusão de tal teimosia.

O cheiro é de morte , a toalha é a noite, manchada de branco e azul.

Ai, será hereditária

Ou pegada no ar

O vírus dos loucos?

Há tanto tempo panela no fogo

Só pode estar quente!

E mesmo assim o dedo ela pôs ali,

Bem feito só podia se queimar.