A guilhotina e o prisioneiro
Não me torne o herói
que não sou
nem me julgues vilão
que pensas conhecer.
Não sou mas que um homem
envolvido na dor e que tem como sina
servir a paixão,
que vive na tênue dualidade
entre a guilhotina e o prisioneiro
e que confessas sem temor algum
o crime ainda não cometido.
Não sou mas que a sombra
que necessita da luz pra sobreviver,
não sou mas que a certeza da morte
que coexiste em tempo e espaço
com as dúvidas da vida...
Não quero pensar aonde este caminho
me levará,
quero segui-lo pelos atalhos e encruzilhadas
que minhas loucas escolhas me levarão,
mas preciso me entregar a isto, que desconheço,
que temo, que me consome, mas que
inegavelmente me mantém vivo...