Delírio

Meus olhos buscando os teus,

Buscando-te,

Uma busca incessante.

Você ali, tão perto, inerte, tão nada.

Nem por um instante me olhavas

E meus olhos ali, buscando os teus,

Ávidos por um piscar dos teus.

Olhos negros, lindos, o par perfeito pros meus.

A noite empurrou-me madrugada adentro,

A cada minuto era um tempo a menos.

A esperança foi dando lugar ao lamento,

Tornou-se uma busca vazia.

Eu ali imóvel a contemplar tanta beleza,

Uma Deusa, esculpida ali, diante dos meus olhos,

Uma distância grande demais,

Eu não seria capaz.

Acho que você nunca existiu.

Foi um sonho.

Foi um delírio meu, num flerte embriagado!