RESTOS DA LOUCURA FINAL

RESTOS DA LOUCURA FINAL

 

Estando desnuda a estrela,

Eu vi sua imagem em cometas,

Mas tudo seria a centelha,

Se ainda houvessem gametas.

 

Mas isso foi posto de lado,

Pois nada surgiu por aqui,

Senão só a conta que pago,

Do gasto no seu botequim.

 

Mas ficou um resto no prato,

E não foi salmoura nem sal,

Por ser só a pele dos ratos,

Na sopa de um hospital.

 

Seriam os restos doentes,

Que vomitei no quintal,

Ou mesmo a estrela cadente,

Que vi quando fui animal.

 

Mas hoje eu vivo nas selvas,

Com pedras fechando o portal,

Subindo por campos em trevas,

Ao matar o meu ser imortal.

 

Parece loucura tão certa,

Mas tem a razão sem igual,

Pois o olho acima da testa,

Me diz que não sou recital.

 

Então, vivo a cada instante,

Sabendo que nada é igual,

Porque ainda sou navegante,

De uma nave em voo final.