Raio / poesia marginal

Um raio em mim

E a luz se faz noite

O que diria o céu em seu brilho

se seu filho fosse um afã de escolhas

e escolhesse a bolha da solidão?

Talvez a paixão ficasse inquieta

e a lua quieta em seu canto

chamasse o sol pra secar meu pranto

a decolar a lábia que o lábio cola

como uma bala de goma

que está em coma embaixo da língua

e saltasse como uma íngua

a difundir o que o grão míngua

perdido na boca do estômago

à busca do mascavo

que mascaro

para não perder a roda

que roseia em mim

tonta a sorrir pra sortilégios

endereço que a solidão chama

pra conter a chama que me chama pra perto de quem me quer por perto

tão perto qto o chão aberto

Vera Mascarenhas
Enviado por Vera Mascarenhas em 10/03/2022
Reeditado em 10/03/2022
Código do texto: T7469527
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