Percepção

Na angústia das

Rugas faço o tempo

Sofrer.

O odor do porta-

Retrato escorre um

Recado de seiva

Imagética.

A madeira olha

Através das cores

Da estante de livros

Em uma boca quadrada

E desdentada.

Bebo do vento das traças

Para suicidar em baixas

Alturas.

Um quase pende do fio

De cabelo que suspende

O entardecer diluído nas

Sombras claras das folhas

Mal traçadas.

No ciclo o círculo se move

Para não se mover.

Morre-se de imóveis por

Inércia de torcer.

Cada último foi sempre o

Primeiro que não parou

De começar para findar

Sem amanhecer.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 29/03/2022
Código do texto: T7483460
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