Traça

Rói cada página

Do corpo amarelo,

Folheado em laudas

Apodrecidas nos umbrais

De curvas ressentidas.

O limiar da roedura

Devora as entranhas

Fétidas das noites mal

Dormidas, compondo

O pesadelo vivo do

Horror desejado.

Crava os dentes doentios

Que salivam pelo sangue

Da ceculose encadernada,

Mastigando o passado

Resistente em um presente

Inveterado e delinquente.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 04/08/2022
Reeditado em 04/08/2022
Código do texto: T7575067
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