Observador
Seco.
O éco do peito
cansado de rajar tristezas em abundância
Abandonado
sem consciência
É turvo.
O olhar depois do choro
pesado demais por carregar oceanos
de paixões
Má compreendidas por um tolo
É facil reprimir
As vontades e oportunidades
dentro de um peito tão apertado
Castigado pelo tempo
Torturado pelos carrascos arrivistas
Eles chegam primeiro
Te empurram pra onde a fila é maior
Castram o ânimo dos caminhos
E você se enfia no primeiro buraco que couber
As coisas, tudo ao redor parece tirar o fôlego
Sentar no banco da estação , esperar o inverno congelar as memórias
Ouvir as botas e saltos versejando a cada taco de chão
Sua loucura é a minha rotina
Mas em silêncio meu grito é bem mais alto
que tudo isso
Sou antagônico ao moderno
Caio bem junto a cariz cinza
Blusa de lã
Bota gasta pelas andanças
Rancores a perder-se em horas contadas
Olhares de fora não me enxergam
Nem os pombos batem suas azas
Cabe tanta besteira num só pensamento
Faz tanto frio pra quem esta no relento
Mais fede a sociedade no momento
Que o mendigo fedendo
Nesse chão de cimento