Poema - Insônia part 5

Poema – Insônia part 5

Eram duas e trinta e cinco da madrugada

Estava chovendo lá fora

Como se todas as crianças órfãs do mundo

Soubessem que os seus pais

Foram suicidas dependurados

Em cordas e angústias (...)

Entre uma garrafa de Vodka

E algumas gramas de cocaina

A depressão que se alastra pelo meu corpo

E corrói a minha mente

Se transformava na silhueta

De tudo aquilo que algum dia me feriu

Rasgando as vísceras

Desta carne podre e pecaminosa

As paredes frias

Choravam com a minha tristeza

Na calada da noite

Entre uma garrafa de vodka e outra

Vou me afundando na solidão

Da qual me condenei desde o dia

Em que eu nasci

Os olhos turvos devido a embriaguez

O nariz cheio de sangue e cocaína

A filosofia muda

Que hoje já não me diz mais nada

Rimavam poeticamente

Com esta necessidade louca

De me enforcar

Ao som das sinfonias cantadas

Romanticamente pelas vozes

Na minha cabeça

Elas eram doces

Como os lábios de uma prostituta de luxo

Que te enlouquece com seus beijos falsos

Mas ainda assim, te fazem delirar

Tal como nenhuma outra mulher

Seria capaz de faze-lo

Eram seis da manhã

Meus olhos já estavam cansados

Toda a angustia havia ido embora

Junto com a última garrafa de vodka

Meus olhos estavam se fechando aos poucos

Ao longe eu conseguia ver a silhueta do Diabo

Ele estava chorando

E eu também...

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 09/10/2022
Código do texto: T7623940
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.