O Gargalhar do Silêncio

 

O cérebro constantemente ocupado com fragmentos de pensamentos,

O sensibilizar das emoções faz-se por um despertar

De desejos que julga malditos.

Tenta buscar serenidade e paz nas forças da natureza,

Ouve a ruído das folhas secas a serem arrastadas pelo vento,

Divaga sobre a insaciabilidade do vento,

Neste momento o vê como a força do predador,

A presa parece ser a noite, a sua vítima a ser devorada.

Existe um incêndio biológico,

O correr do sangue parece produzir calor,

Uma enchente de glóbulos vermelhos

Cria um transpirar incessante, o suor tinge a pele.

Em contraste a excessiva inquietação intima

A sensação da falta de movimento,

Tudo parece surgir a partir

De um cérebro acuado bombardeado por pensamentos,

Criação de ideias, captura de sensações, 

Uma tentativa de clareza, mas a distorção,

Confronta no mundo interior,

Violento combate, choques traumáticos.

Um número excessivo de questionamentos

Para umas poucas respostas.

O temor pelo sono, A constante ameaça dos pesadelos,

A tensão redesenhando a face,

A tentativa de buscar meio para livrar-se,

Deixa escapar pela boca um ar morno,

Desagradável calor, os pulmões parecem sitiados,

A respiração esta desequilibrada, um incêndio cruel que

Na sua obstinação parece transformar tudo em cinzas.

Cinzas sem forma que se organizam

Em objetos que se atiram contra o incauto.

Que ao encontrar o medo

O debocha com um sorriso desafiador.

 

Gilberto Brandão Marcon

10/01/1986

(Fragmento Texto: Voos Noturnos)

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 30/01/2023
Código do texto: T7707627
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.