AGUILHOADA

Quando a vida

Me perguntou

Eu disse: viverei

Até te ver velha e morta,

Porém não me verás

De cabelos caídos,

O passo enquadrado,

A boca Ditadura

Dentadura dura

A ranzinzar coaxos,

Sou velho desde já

Com meus poemas

Quadrados desencontrados,

Desordenados e casmurros.

Não acredito em nada,

Só na luz do luar,

No mar de água e ar,

Nunca fiz questão

de me encontrar.

Então não me pergunte

Que não vivo nem existo,

Logo não morro.

Não estarei em risos,

Sequer me conheces,

onde habito o nada chega.

Não arrisco, sou o risco

O traço, torto, escasso

Malquisto, todo destoar

É eu cá e tu lá!

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 30/03/2023
Código do texto: T7752105
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