Apocalipse

Decaem os anjos sobre meus ombros

Os rostos secos pálidos e sem lágrimas

O mundo desaba na solidão de meus dias

Mutilando o sonho do amor sem perdas

Os monges entregam-se ao desespero

A autoflagelação dos homens santos

Esconde a doença que corre a alma... O medo

A ilusão do amor agora sem começo

O fim do espírito errante sem destino

É atroz a fome da consciência quase morta

O amanhã é um sonho distante de esperança

Escondem-se os crucifixos no altar dos mortos

Os esquizofrênicos debatem o temor dos anjos

Sábios degustam a dor dos amados solitários

Olhos sem vida procuram a luz que se apaga

Homens fazem suas preces sem respostas... É tarde

A visão dos mortos é a luz do hoje perdido

Ma escuridão dos dias. O fim é a espreita da morte

Os arcanjos decaídos deleitam ao seu bel prazer

Missionários vagam na fé dos dias incontáveis

Deixando transparecer o ópio de sua esperança

Na essência quase extinta, encorpara o sonho

No choro da criança que nasce sem sorrir

Homens e mulheres festejam o amanhecer

Sem saber que o fim esta próximo...