Petulância

Petulância

Que bagunça de tolerância...

Antecipando ao fato e sendo o fato

Antes que ele seja qualquer fato...

A estrada vai além do que se vê...

E porque eu vejo?

Que mania de autosuficiência

De autoanálise, autocrítica...

Que mania de "auto"...

Quase mecânico estes movimentos.

Antes que eu fale,

Antes que eu pense...

Já existe uma resposta...

Uma sáida... Uma solução...

Eu quero perder estas respostas...

Quero engasgar por ter uma dúvida...

Vou me dar o luxo de estar perdida uma vez, ao menos...

Posso me permitir não saber uma resposta...

Quero a alforria desta escravidão simétrica...

Quero a liberdade desta sensatez tão sólida...

Desamarrar esta sabedoria sei lá de onde...

Que pensa que tudo sabe...

Que sabe que tudo pensa...

Quanta petulância!!!

Então.. me permito esta ausência de força, mais esta vez...

Só eu sei o quanto me sinto humano quando estou sem rumo...

E às vezes... "ser humano"...

Assim, nesta ambiguidade, mesmo...

É bom...

Débora Andrade