Verdades imperfeitas

Ó vida ociosa! Para onde me carregas?

Chega de ouvir a desarmonia das tuas orquestras

Ó repulsiva recordação! Por que me pareces maldição?

Não quero mais lembrar os males da tua inexatidão

Ó falsa exclamação! Quantas vezes vais invadir o meu rosto?

Tenho medo de acordar e sentir o teu amargo gosto

Ó repentina tristeza! Por quantas noites ainda vais me levar ao desespero?

Cruel demais é sentir teu toque grotesco

A minha ociosidade me levou a atos insanos

Verdades imperfeitas são buracos cranianos

As más lembranças são rápidas pancadas, de vez em quando, me acertam

Exasperações me afetam

Exclamações contraditórias me atormentam, difícil não ficar confusa

Quando a vida se torna difusa

Os desgostos que me surgem subitamente são inexplicáveis

E as minhas fúrias contra tudo que me atinge são amáveis

Tudo desaba em cima das minhas costas

Posso sentir as fraturas expostas

E eu continuo esta criatura mansa

Caminho devagar para onde meu passo alcança

A acidez humana me leva ao fundo do tormento

Porém dela não me alimento

Já sei viver com a devastação enrustida

Levanto muralhas em meio as ruínas

Ó repulsiva recordação! Ó falsa exclamação! Ó repentina tristeza! Ó vida ociosa, meu Deus!...

Luana Zenaide
Enviado por Luana Zenaide em 07/02/2024
Código do texto: T7994046
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.